Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1787, com a Loja Cavaleiros da Luz, criada na povoação da Barra, em Salvador, Bahia, só em 1822, quando a campanha pela independência do Brasil se tornava mais intensa, é que iria ser criada sua primeira Obediência, com jurisdição nacional, exatamente com a incumbência do levar a cabo o processo de emancipação do país.

1800/1801 - Maçons portugueses fundam no Rio de Janeiro a Loja "União", que mais tarde passou a denominar-se "Reunião" por terem a ela filiado outros Maçons. Com as Lojas "Constância" e "Filantropia", filiou-se em 1800 ao Grande Oriente Lusitano. Separou-se, porém, por terem surgido discórdias e filiando-se ao Grande Oriente da França, adotando o rito moderno.

Em 1802 é instalada na Bahia a Loja "Virtude e Razão", da qual saíram, em 1807, a Loja "Humanidade" e, em 1813, a Loja "União".

Em 1807, a 3 de março, ressurge a Maçonaria no Brasil com a instalação da Loja "Virtude e Razão Restaurada", na Bahia.

Em 1809, D.João, Príncipe Regente, ao receber uma longa lista de nomes de Maçons, para serem presos, respondeu nesses termos: "Foram estes que me salvaram".

Em 1809 funda-se em Pernambuco uma Loja da qual fizeram parte os padres Miguel Joaquim de Almeida e Castro, João Ribeiro Peixoto e Luiz José Cavalcante Lins. Esta Loja teve intuitos puramente políticos e os padres que faziam parte do seu quadro tinham sido iniciados em Lisboa em 1807.

Em 1812 funda-se, na freguesia de São Gonçalo, Niterói, a Loja "Distintiva". Essa Loja tinha sinais, toques e palavras diferentes das outras Lojas, tendo por emblema um índio vendado e manietado de grilhões e um gênio em ação de o desvendar e desagrilhoar. Era ela republicana e revolucionária. Denunciada, foi dissolvida, sendo lançados no mar, nas alturas da ilha dos Ratos, seus arquivos e alfaias.

Em 1813, na Bahia, é fundado o primeiro Grande Oriente com as Lojas "Virtude e Razão", "Humanidade" e "União", que adormeceu devido a desastrosa revolução de 1817. 

 

Em 1815, a 12 de dezembro, na residência do Dr. João José Vahia, é instalada a Loja "Comércio e Artes", que logo depois adormeceu.

Existia no Recife, em 1816, uma Grande Loja Provincial reunindo as Lojas "Pernambuco do Oriente", "Pernambuco do Ocidente", "Restauração e Patriotismo" e "Guatimozim"

O ano de 1821 começara para D.João VI como principiara o de 1807. O Grande Oriente Lusitano levara-o, quinze anos antes, a transferir a sede do governo monárquico da Nação Portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro. Decorrido três lustros, esse mesmo grande Oriente obrigá-lo-ia a retransferir a sede do seu governo do Rio de Janeiro para Lisboa.

Em 1822, a 10 de março, por proposta de Domingos Alves Branco, a Loja "Comércio e Artes" confere ao Príncipe D. Pedro o título de "Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil". A 26 de maio, José Bonifácio é iniciado na Maçonaria. A 21 de maio, em plena sessão das Cortes, em Lisboa, o Maçom Monsenhor Muniz Tavares diz que - talvez os brasileiros se vissem obrigados a declarar sua independência de uma vez. A 2 de junho, José Bonifácio, com outros Maçons, funda a sociedade secreta "Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz", melhor conhecida com o nome de "Apostolado", da qual fez parte D. Pedro, com o título de Arconte-Rei. A 5 de agosto, com a dispensa do interstício, D. Pedro é exaltado ao grau de Mestre. A 14 de setembro D. Pedro é investido no cargo de Grão Mestre no Grande Oriente do Brasil. A 4 de outubro, D. Pedro oferece a Gonçalves Ledo o título de marquês da Praia Grande que é por este recusado, com a declaração de ser muito mais honroso o de brasileiro patriota e de homem de bem. A 21 de outubro, D. Pedro, grão-mestre, manda a Gonçalves Ledo que suspenda os trabalhos no Grande Oriente. A 25, em decreto, D. Pedro determina o encerramento das atividades maçônicas. Diversos Maçons são presos. Ledo consegue fugir para a Argentina.

Em 1823, a 25 de março o Apostolado aprova o projeto da Constituição Brasileira. A 23 de julho, o Apostolado é violentamente fechado. A 20 de outubro, D. Pedro, Imperador proíbe as sociedades secretas do Brasil, sob pena de morte ou de exílio.

A 13 de janeiro de 1825, o Maçom, frei Joaquim do Amor Divino Caneca é fuzilado no Recife.

A 23 de novembro de 1831, o Grande Oriente do Brasil restabelece suas atividades, adormecidas desde 1822, sendo reeleito José Bonifácio de Andrada e Silva para o cargo de grão-mestre. Nesta oportunidade é lançado um manifesto a todos os Corpos Maçônicos Regulares do mundo contendo subsídios de extraordinária importância para a História do Brasil. Instala-se, a 12 de novembro, o Supremo Conselho do Rito Escocês para o Brasil, sendo seu primeiro Grande Comendador, Francisco Gê Acayaba de Montezuma, Visconde de Jequitinhonha.

No surgimento da Maçonaria em 1832, no Rio de Janeiro, existiam dois Grandes Orientes - o Grande Oriente do Brasil, presidido por José Bonifácio que teve sede na atual Rua Frei Caneca, e o Grande Oriente Nacional Brasileiro, presidido por Britto Sanchez, com centro à Rua dos Passos. Em uma cisão havida neste último, surge outra Potência, tendo como grão-mestre o Marechal Duque de Caxias. O antagonismo e a animosidade que dividiam os grupos maçônicos levam este Grande Oriente a abater Colunas, depois de ser despejado por dificuldade financeira. Sem dúvida, não encontrara o Duque de Caxias, entre os Maçons da época, espírito de cooperação e fraternidade. 

 

Créditos: A.'.R.'.L.'.S.'. "Padre Miguelinho"

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